Termina quarta edição do programa de mentorias e capacitações gratuitas da Fiesp que tem como objetivo ampliar a participação feminina no setor industrial

Lúcia Rodrigues, Agência Indusnet Fiesp

Em quatro edições, 685 mulheres receberam mentorias e capacitações gratuitas do programa “Elas na Indústria”, desenvolvido pelo Conselho Superior Feminino (Confem) da Fiesp, desde 2022.

Os números foram apresentados na cerimônia de encerramento da quarta turma do programa, que contou com 360 formandas, na segunda-feira (12/8).

Na primeira edição, 45 mulheres participaram do programa. Esse número subiu para 109 na segunda edição e para 171 mulheres na terceira turma.

Esse crescimento significativo chamou atenção das federações das indústrias dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraná, que estão interessadas em replicar o programa.

Marta Lívia Suplicy, presidente do Confem, afirmou que os resultados obtidos até agora são extremamente encorajadores. “Eles refletem o compromisso contínuo da Fiesp em capacitar e impulsionar a presença feminina em cargos de liderança na indústria”, afirmou.

Ao participar da cerimônia de encerramento da 4ª turma, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, afirmou que, para que haja equidade de gênero, é necessário que as mulheres ocupem posições de comando.

Por isso, Josué ressaltou a importância do programa de mentoria: “Minha palavra aqui é de agradecimento por vocês transformarem e tornarem a indústria brasileira, a indústria de São Paulo, ainda mais forte pelo olhar diferenciado que vocês têm como mulheres e, podem ter certeza, a indústria se fortalece ainda mais com o trabalho e o engajamento de vocês”, finalizou.

O “Elas na Indústria” é uma oportunidade de capacitação para mulheres que são empreendedoras ou que almejam altos cargos de gestão. Com ajuda de uma mentora, elas podem elaborar novos horizontes para suas carreiras.

A mentorada é uma pessoa que busca orientação e conselhos de um mentor mais experiente, visando o seu crescimento pessoal e profissional. O mentor, por sua vez, é alguém que compartilha seu conhecimento e experiência para ajudar a mentorada a alcançar seus objetivos.

O plano de trabalho aborda aspectos como autoconhecimento, identificação de lacunas e objetivos, criação e rede de apoio e definição de um projeto de ação para alcançar resultados positivos.

Para Marta Lívia, há espaço para o programa seguir crescendo. “A busca pela equidade de gênero continua, mas é preciso incluir ainda mais mulheres pretas e pardas nas próximas turmas. Continuaremos trabalhando para tornar isso realidade”, completou.

A mentora Ionara Lima, supervisora de projetos de inovação comercial da Renault, que é uma mulher negra, falou sobre representatividade. “Peço que vocês façam o teste do pescoço e vejam quantas mulheres negras fazem parte da sua equipe, a gente precisa ter intencionalidade para poder mudar”, destacou.

A mentorada Elaine Ferreira da Silva, gerente de compliance da Comask (empresa do setor têxtil), contou que quase desistiu de dar continuidade ao programa porque estava trabalhando muito e enfrentando sérios problemas de saúde na família.

“Muitas vezes a gente conduz nossa vida no piloto automático e não pensa na gente. Mas a minha mentora foi de grande valia. Só você pode derrubar os obstáculos que surgem no seu caminho”, disse.

A quinta turma já está em andamento e as inscrições para a sexta turma serão abertas para mentoras e mentoradas no primeiro semestre de 2025, no site da Fiesp.