Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem

Inteligência

Futuro

  • Futuro do couro foi tema de debate

    15 de Outubro

    O presente e o futuro do setor coureiro internacional também esteve em pauta no Congresso Mundial do Couro, evento que acontece nesta quarta-feira (9 de novembro), no hotel Sofitel Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ. Em palestra especial, o secretário geral do Conselho Internacional de Curtumes (ICT), Paul Pearson, enfatizou que o setor depende do comércio internacional. "Nos últimos 20 anos, foram profundas as mudanças no segmento, especialmente em relação ao surgimento de novos players produtores", afirmou.

    Segundo o britânico, atualmente, cerca de dois terços da carne consumida no mundo tem origem bovina, o que a torna a principal matéria-prima utilizada nos segmentos de calçados, decoração e automóveis. "Em muitos países, a produção está estagnada e até registrando declínio. Acredito que esta realidade se ampara em preço. Crescer, em muitos mercados, está mais vagaroso nos últimos anos", comentou. A crescente substituição do couro por materiais sintéticos não preocupa o executivo, que diz que esta é uma questão inevitável. "Há espaço para todos na cadeia, mas, independente de qualquer coisa, a matéria-prima natural seguirá sendo atrelada à questões como marketing e posicionamento de mercado", enfatizou.
     
    O presidente do Conselho Diretor do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Wolfgang Goerlich, desatacou o fato de que as empresas tradicionais foram perdendo espaço no mercado internacional, especialmente para a Ásia. "A indústria vai atrás do lugar mais barato para produzir, o que é natural. Os curtumes também fazem parte desta realidade", afirmou. Segundo ele, a África deve começar a se destacar mais como player no futuro, apesar da China ainda dominar as relações do setor de forma global. "Ninguém parece ter o necessário para competir com os asiáticos no momento", sublinhou.
     
    A procura por novos mercados dentro do segmento é o grande desafio para o presidente da Associação Chinesa da Indústria do Couro, Su Chaoying. "O mais difícil é criar uma rede de distribuição entre os países produtores e compradores a partir desta nova ordem. O desafio chinês é manter o crescimento com qualidade", afirmou. De acordo com ele, o mercado local já se preocupa com questões ambientais e, até o final deste ano, normas mais eficientes relacionadas ao desperdício de água e energia devem entrar em vigor para as empresas do segmento.
     
    Para o presidente do grupo JBS, Roberto Motta, o setor deve se focar em novas estratégias. "Somos muito pressionados por custo e não mais em desenvolvimento. A indústria coureira vem empobrecendo", sustentou. Em sua visão, a o continente africano também desponta no mercado, onde questões como câmbio e barreiras sanitárias estão mais evidentes. Por fim, o consultor italiano Rino Mastrotto analisou a mudança geográfica da produção coureira e foi enfático ao afirmar que muitos fabricantes foram pra China, mas os altos custos locais vão fazê-los voltar à suas origens.

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    Fonte: Exclusivo On Line e Sindicouros.org